A internet é um meio muito rico de informação, dos mais diversos e
variados assuntos, e procurando informações sobre corrida, tenho sempre
encontrado textos com excelentes informações, ricos em conteúdos e de
interesse para todos os corredores, como no meu blog estou sempre
falando de corrida, vou postar alguns textos que tenho e encontrado e
achado interessante, talvez possa ser de utilidade para alguém que
venha entrar no blog, este por exemplo é um texto que fala sobre a diferença entre as corridas longas e as corridas curtas, o gasto de energia em cada tipo de corrida e fala dos exercício aeróbios e anaeróbios. Essas informações foram encontradas em: http://www.cdof.com.br/
Diferença
Entre o Trote e a Corrida
A corrida pode ser realizada com vários níveis
de intensidade, dependendo do terreno, clima, objetivos de treinamento e nível
de aptidão do executante. O dispêndio de energia pode ser quantificado
de duas maneiras: 1) Durante a atividade real 2) Durante a atividade em esteira
no laboratório controlado-se a velocidade e a inclinação
da mesma.
Trotar e correr são termos qualitativos que se relacionam à velocidade
com que o movimento é realizado. Essa diferença é determinada,
em grande parte, pelas necessidades energéticas aeróbias relativas
indispensáveis para elevar e abaixar o centro de gravidade do corpo e
acelerar e desacelerar os membros durante a corrida. Para velocidades idênticas
de corrida, um fundista altamente condicionado, corre com um percentual mais
baixo de sua capacidade máxima do que um corredor destreinado, apesar
do consumo de O2 poder ser semelhante para ambas as pessoas. Assim , a diferença
do que é trote e o que é corrida vai depender do nível de
aptidão do participante; o que é um trote para uma pessoa pode
ser uma corrida para outra.
Do ponto de vista energético, é mais econômico
interromper a caminhada e começar a trotar ou correr à velocidades
superiores aproximadamente 8km/h.
Quando Gastamos mais na Caminhada
ou Corrida?
De acordo Com
Mcardle, 1992, a relação
entre o consumo de oxigênio e velocidade da corrida é linear,
o custo calórico total para correr determinada distância é aproximadamente
o mesmo , quer o rítmo seja rápido ou lento. Quando
corremos a velocidade de 10 milhas /h uma determinada distância,
será necessário o dobro de energia por minuto que
ao correr a uma velocidade de cinco milhas por hora; entretanto
o corredor completa a milha em 6 minutos, enquanto será necessário
o dobro do tempo se optar pela velocidade menor. Mas o gasto
energético tanto de um quanto a de outro é aproximadamente
o mesmo, ou seja, tanto para homens como mulheres, é mais
dispendioso percorrer determinada distância correndo do
que caminhando.Valendo também para corridas na inclinação
.
A velocidade da corrida pode ser aumentada de
3 maneiras:
1) aumentando o número de passos por minuto
2) Aumentando a distância entre os passos
3) Aumentando tanto o comprimento quanto as passadas .
De acordo com
estudos, ao duplicar a velocidade da corrida de 10 para 20
km/h, o comprimento da passada aumenta
85%, enquanto a frequência da passada aumenta apenas 9%.
Aumento de velocidades acima de 23km/h eram obtidos principalmente
graças ao aumento na frequência das passadas. Exceto
para velocidades muito rápidas, a velocidade da corrida é aumentada
principlamente pelo alongamento da passada. Isso não ocorre
com o pedestrianista (velocista de marcha), quando o alongamento
da passada passa a constituir um meio ineficaz de aumento da
velocidade na marcha competitiva pois a marcha competitiva requer
que o pé que está atraz permaneça sobre
o chão , até que o pé da frente faça
contato, exigindo uma maior participação da musculatura
do tronco e dos braços. Esse fator explica o porque é mais
econômico correr do que andar .
Para correr a uma velocidade
constante, parece haver uma combinação ótima
de comprimento e frequência das passadas, que depende da
mecânica da pessoa ou do "estilo" da corrida. Devido
a essa falta de exatidão é melhor optar por uma passada
exagerada que por passadas menores. Para o corredor profissional é importante
deixar que ele corra com o comprimento da passada que eles escolheram
através de anos de prática, produzindo um desempenho
mais econômico na corrida. Por isso não existe um
estilo melhor que seja característico dos corredores de
elite! Apesar da análise biomecânica ajudar a corrigir
certas irregularidades nos padrões de corrida.
A Corrida
na Esteira é Diferente
Daquela Feita ao Ar Livre?
Será que a energia gasta
com a corrida na esteira seria a mesma com a corrida ao
ar livre? Foi feita uma pesquisa com 8 fundistas que correram
nos dois meios na mesma velocidade e nas mesmas condições
e foi descoberto que do ponto de vista prático,
não houve diferenças mensuráveis nas
demandas aeróbicas da corrida submáxima (até 286
m/min), nem entre o consumo máximo de oxigênio
medido em ambas as formas de exercícios nas mesmas
condições ambientais. Entretanto, ainda é possível
que para as velocidades mais rápidas na competição
de endurance (resistência), a influência da
resistência do ar se torne considerável aumentando
o custo em oxigênio da corrida na pista em comparação
com a corrida estacionária.
A
análise da corrida é basicamente
a mesma da marcha ou caminhada . A diferença
parece ser na amplitude e velocidade das passadas e
movimentação de braços.
A
diferença entre a marcha e
a corrida é a economia na utilização
dos músculos para a corrida nas velocidades
mais altas, visto que, a marcha em alta velocidade
exige muito mais a atividade do pé que está atraz
forçando sua permanência sobre o chão
, até que o pé da frente faça
contato, e uma maior participação da
musculatura do tronco e dos braços que na corrida.
Ativação
Muscular na Corrida
Assim
como na análise , a musculatura
utilizada na corrida parece ser a mesma da marcha só diferindo
na maior solicitação e intensificação
de uma ou outra musculatura nas alterações
de velocidades e amplitude das passadas e movimentação
de braços.
Treinamento
de Resistência
Aeróbica (longas distâncias)
Geralmente
entende-se por resistência
a capacidade psicofísica do esportista em suportar
a fadiga. (Weineck,1989)
Este
treinamento deve ser elaborado de forma a proporcionar
uma sobrecarga cardiovascular
suficiente para estimular aumentos no volume de ejeção
e no débito cardíaco. Essa sobrecarga
deve ser realizada com os grupos musculares apropriados,
de forma a aumentar simultaneamente a circulação
local e o "maquinismo metabólico' dentro
dos músculos específicos, ou seja, os
ciclistas devem pedalar, os nadadores devem nadar e
os corredores devem naturalmente correr (princípio
da especificidade). Séries curtas de exercícios
repetidos (treinamentos intervalados), Fartlek , assim
como trabalho contínuo de longa duração
(treinamento contínuo) , aumentam a capacidade
aeróbica desde que o exercício seja intenso
suficiente para sobrecarregar o sistema aeróbio.
Treinamento
Intervalado (ou Interval Training): É um método que consiste no
aumento de intensidade de treino fracionado em tempos
de descanso, em uma ou várias sessões.
Visa ter um espaçamento correto dos períodos
de exercício e repouso, realizando uma quantidade
enorme de trabalho que, normalmente, não poderia
ser completada numa sessão em que o exercício
fosse realizado continuamente. As séries repetidas
de exercícios podem variar desde poucos segundos
até vários minutos ou mais, de acordo
com o objetivo. Podendo ser modificada em termos de
intensidade e duração dos intervalos
de exercícios, da duração e tipo
de intervalo de recuperação, do número
de intervalos de trabalho (repetições
) e do número de blocos de repetições
(séries) por sessão.
Esse método é vantajoso no sentido de permitir um exercício
intermitente de alta intensidade por um período relativamente longo
, oferecer opções flexíveis para desenvolver os sistemas
de transferência energética anaeróbios e aeróbios
conjuntamente e ainda de dar ao organismo um tempo para se recompor de um esforço
mais intenso e ainda ter chances de rehidratar.
Hoje o treinamento intervalado na corrida, em geral, compõem-se de tiros
de 100 e 400 metrtos, com intervalos de 30 a 90 minutos de trote, até 60
repetições.
O intervalo de recuperação recomendado permite que o intervalo
de exercício subsequente comece antes de a recuperação
ser completa. Isso assegura que o estresse circulatório e metabólico
aeróbio alcance níveis quase máximos, apesar de os intervalos
de exercícios serem relativamente curtos. Com períodos mais longos
de exercício intermitente, existe tempo suficiente para os ajustes metabólicos
e circulatórios; nestas condições, a duração
do intervalo de repouso não é tão crucial.
Com base nestas informações, você mesmo pode planejar seu
programa de corrida usando este método. Se quiser correr 40 minutos
seguidos e ainda não teve "pick" para isso, faça 4
percursos de 10 minutos com intervalos de 5 para descanso ,mas este descanso
deve ser sempre ativo: caminhando ou trotando, a fim de obter ganhos aeróbios.
Treinamento
Contínuo: Consiste
num exercício cadenciado, relizado com uma intensidade
aeróbica moderada de alta (60-80% do VO2 máx.)
por um período de longa duração.
A cadência exata pode variar mas a intesidade
deve ser suficiente para assegurar uma adaptação
fisiológica. Foi esboçado um limiar de
treinamento para este ganho:
A
Zona Alvo de Treinamento. Este tipo de treinamento é considerado
submáximo, portanto pode-se treinar por um tempo
considerável com bastante conforto. Por causa
do perigo de treinamentos intervalados para cardiopatas,
por ser um exercício extenuante, o treinamento
contínuo é particularmente adequado aos
que estão apenas começando um programa
de exercícios. Quando aplicado no treinamento
atlético é feito realmente com distâncias
excessivas , com a maioria dos atletas percorrendo
distâncias 2-5 vezes acima da distância
da prova real. Acredita-se que este treinamento de
distâncias excessivas produz as maiores adaptações
aeróbicas, tanto na circulação
central quanto nos tecidos periféricos. Em geral
a sobrecarga é conseguida aumentando-se a duração
do exercício ,porém a intensidade do
esforço só deverá aumentar progressivamente à medida
que são obtidos os aprimoramentos induzidos
pelo treinamento.
A vantagem deste treinamento é permitir que se treine com a mesma intensidade
da competição real, com adaptações em nível
celular, contrastando com o treinamento intervalado por impor um estresse desproporcional às
fibras musculares de contração rápida; pois não
são as fibras recrutadas na competição de endurance.
Treinamento
Fartlek: Fartlek significa em sueco "jogo de velocidades" . Foi introduzido
nos Estados Unidos nos anos 40 e consiste em um treinamento
feito ao ar livre num terreno natural, realizado tanto
com velocidades rápidas quanto lentas, através
de um trajeto tanto plano quanto montanhoso.Neste método
não é necessário um sistema de
manipulação de séries de trabalho
e recuperação. Ao invés disso,
o praticante basea seu treinamento em "como se
sente" no momento. Se executado corretamente,
este treinamento vai desenvolver um ou todos os sistemas
energéticos.Apesar deste método não
permitir uma quantificação de treinamento,
ele se presta maravilhosamente no condicionamento geral
ou treinamento fora de temporada, assim como para manter
uma certa "liberdade"e variedade nas sessões.
Até hoje não se sabe se existe um método melhor que o
outro para aprimorar a capacidade aeróbica. Qualquer metodologia conduz
ao sucesso; Provavelmente cada uma delas acima pode ser utilizada em sistema
de rodizio e com o objetivo de modificar o treinamento e conseguir um ambiente
psicológico mais agradável. (Mcardle, 1992)
Treinamento
Anaeróbio
(corridas de curta distância)
A
capacidade de persistir em um exercício
explosivo por curtos períodos de tempo que vão
até 60 segundos, dependendo essencialmente,
do ATP, é gerada pelos sistemas aneróbicos
de energia imediato e a curto prazo. Os exercícios
contam quase exclusivamente com a energia derivada
pela reserva muscular de fosfatos. As reservas de fosfato
pode ser sobrecarregada engajando músculos específicos
em explosões máximas e repetidas de esforço
por 5-10 seg sendo sua recuperação rápida,
ou seja, uma série subsequente de exercícios
pode ser iniciada após um período de
repouso de 30-60 segundos. Essa técnica de esforço
e descanso ( treinamento intervalado) é excelente
para condicionamento anaeróbio.
Ácido Láctico: à medida
que a duração do esforço máximo
(explosivo) ultrapassa 10 seg a dependência dos
fosfatos diminui ao mesmo tempo que a quantidade de
energia anaeróbica gerada pela glicólise
aumenta. Com o objetivo de aumentar a capacidade de
liberação de energia anaeróbica
pelo sistema energético a curto prazo do ácido
láctico, o programa de condicionamento fisiológico
deve concentrar neste aspecto do metabolismo energético.
O treinamento aneróbico intenso é psicologicamente exaustivo
e requer muita motivação. Séries repetidas de até um
minuto de corrida encerradas até 30 seg antes da sensação
subjetiva da exaustão faz com que o ácido láctico aumente
até níveis quase máximos. Cada série deve ser repetida
após 3- 5 minutos de recuperação e várias repetições
causam o acúmulo de lactato e resulta em níveis de ácido
lático mais altos que em um esforço prolongado até a exaustão.
Nas corridas de velocidades, formas convenientes de treinamento podem influenciar,
retardando o momento em que a fadiga ocorra , sobretudo com o aumento das reservas
de fosfato. O valor máxima para que isso ocorra é na fase máxima
da velocidade prolongada. (Weineck, 1989).
Segundo Ballreich (1969), para melhorar a performance de uma corrida de velocidade é importante
treinar cada parte da mesma que seria em 3 seg destribuidos assim:
Velocidade de Sprint e Aceleração do Sprint (2,6 s), Resistência
do sprint (0,3 s)e Velocidade de reação (0,1)
Velocidade
de Reação:
Deve ser trabalhada junto com o treinamento de aceleração.
Deve ser treinado conteúdos do tipo: exercícios
de partida, diferentes posições iniciais,
pequenos jogos, revezamentos com reação
rápida e as partidas específicas de competição.
Empregando estímulos sonoros como palmas, tiros,
apelos, apitos, fazendo com que o atleta se abitue
para a competição.
Aceleração do Sprint:
A técnica de partida e força de explosão
acentuam o nível do grau de aceleração.
Para treiná-la, são oferecidos como conteúdo
: todas as formas de exercícios de partida,
saltos breves (pés juntos, em uma perna,simples,triplos
- todos têm uma relação estreita
com um bom comprimento da passada), saltos longos (saltos
com impulso de 30,60,100 m e mais). A aplicação
simultânea de saltos breves e longos apresenta
um aumento quase igual da aceleração
para a partida, da velocidade máxima de corrida
e de resistência de velocidade. Produzindo um
maior progresso em corridas de 100 m.
As
provas de corrida, tal como previstas nas regras
de competição atlética,
diferem entre si principalmente pela extensão
a percorrer. As distâncias praticadas nas provas
masculinas e femininas vão dos 100 m. aos 42.195
km.
Dizem que estas várias distâncias não podem ser cobertas à mesma
velocidade. Nas corridas de 100 e 200 m, por exemplo, deve-se atingir rapidamente,
e depois manter uma velocidade tão elevada quanto possível.
Durante a prova , a velocidade depende da duração do esforço
físico. Portanto, a intensidade do esforço é diferente
consoante os diferentes percursos; e assim , são as disciplinas de corridas
classificadas como:
PROVAS
DE CURTA DISTÂNCIA : 100
m, 200 m, 400 m com barreiras, 100 m com barreiras
(mulheres).
PROVAS DE MEIO-FUNDO: 800 m, 1500 m.
PROVAS DE FUNDO (de resistência - mais de 2000 m): 3.000 rasos com obstáculos,
5.000 metros, 10.000, Maratona.
A
velocidade de corrida é a maior
velocidade que o corredor pode atingir; a resistência é a
sua capacidade de resistir à fadiga. A velocidade
máxima, só em curtos percursos pode ser
mantida: não mais de 40 a 50 m para lá do
percurso de arranque e aceleração. Asssim
mesmo nos 100 m, é a resistência do corredor
que vem decidir o resultado.
Para
o iniciante, o ideal é na
corrida de resistência , ir avançando
aos poucos sem procurar fazer esforço, deixando
que o corpo se acostume aos movimentos específicos
da corrida. Se necessário vá caminhando
e volte a correr. Um programa de exercícios
intensivo pode ser tão prejudicial quanto uma
dieta intensiva. O indivíduo deve ser capaz
de manter uma conversa enquanto está correndo.
A medida que o mesmo for se tornando mais forte, será capaz
de correr mais depressa e manter um determinado rítmo
de corrida, por mais tempo, com menor esforço.
Para
calcular a intensidade do exercício
, na corrida de resistência,
calcule
a Frequência cardíaca e Zona Alvo de Treinamento do
indivíduo e monitore-a para que não atinja
níveis extressantes sobrecarregando seu sistema
cárdio-respiratório. Mas , com o tempo,
o indivíduo não vai precisar medir a
frequência em todos os treinos , pois, irá aprender
o quão depressa deve correr para atingir o índice
cardíaco desejado.
Como
sobrecarga para os treinos, deve melhorar o tempo
ou distância percorrida . A
medida que o condicionamento for melhorando, deve ser
aumentada a sobrecarga de trabalho, acompanhada sempre
da Monitorização da Frequência
Cardíaca.
Princípios Metódicos
do Treinamento de Velocidade (Weineck, 1989):
-A
intensidade dos exercícios
deve ser escolhida de tal modo que atinja os níveis
elevados e muito elevados, necessários para
o desenvolvimento da velocidade;
-A duração do exercício deve ser escolhida de tal modo
que a velocidade não diminua, em consequências da fadiga, que
ocorrer no fim do exercício.
- Não deve ser aplicado treinamento de velocidade para uma pessoa fatigada.
Deve ser interrompido o trabalho quando a cadência diminuir (deve ser
limitado a 5-10 repetições por unidade de treinamento o volume
de exercício ).
- A distância ótima é regulada de acordo com o objetivo
de treinamento; trata-se de acentuar a faculdade de aceleração, é preciso
escolher uma distância que responda ao nível de "performance" do
corredor de "sprint" nesse domínio (mais ou menos 25-35 min);
se objetivar a velocidade máxima, (que segundo Gundlach,1963, é de
20-45 m, é preciso correr, depois da partida longa, sensivelmente esta
mesma distância; com partida agachada, a distância de aceleração
e a distância de velocidade máxima seja 25/35 + 20/45 m. Se o
objetivo for trabalhar resistência de velocidade, serão escolhidas
distâncias mais longas.
-Todo treinamento de velocidade deve processar-se em um estado de aquecimento ótimo.
Sistema
de Energia utilizado na Corrida de Longa e Curta
Duração
ATP-CP
As
provas de curta duração
do tipo corrida de 100 m , exigem um fornecimento imediato
e rápido de energia, nos primeiros momentos
da atividade. Essa energia é proporcionada quase
exclusivamente, segundo Mcardle, 1995, pelos fosfatos
de alta energia (ATP E CP) armazenados dentro dos músculos
específicos ativados durante o exercício.
Nas corridas de 100 m, o corpo não consegue
manter uma velocidade máxima por um período
superior a seis segundos, assim, os corredores reduzem
sua velocidade na última parte da prova. Nesta
situação, a quantidade de fosfato intramuscular
pode influenciar muito a capacidade do indivíduo
gerar energia intensa por um curto período de
tempo.
Também para um exercício
contínuo e para a recuperação
após um esforço de intensidade máxima,
deverá serr gerada energia adicional para o
reabastecimento de ATP. Para isso , os carboidratos,
as gorduras e as proteínas armazenadas estão
prontos para recarregar o reservatório de fosfatos.
ÁCIDO LÁCTICO
Os
fosfatos de alta energia devem ser ressintetizados
continuamente num rítmo rápido,
para que o exercício extenuante possa continuar
além de um curto período de tempo. Num
exercício tão intenso, a energia para
fosforilar ADP, provém da glicose e do glicogênio
armazenado durante o processo anaeróbio da
glicose,com subsequente formação de ácido
láctico. Essa energia para ressíntese
de ATP pode ser considerada como um combustível
de reserva, que será utilizado para o atleta"percorrer"a última
parte de uma corrida de 1.500 m ou de 1 a 2 minutos
do exercício intenso. E é também
de importância para fornecer energia rápida
acima daquela disponível a partir dos fosfagênios
armazenados durante uma corrida de 400 m, por exemplo.
O acúmulo mais rápido e os níveis
mais altos de ácido láctico são
alcançados durante um exercício que pode
ser sustentado por 60-180 s. E esse acúmulo
se eleva de maneira exponencial para aproximadamente
55% da capacidade máxima para o metabolismo
aeróbio dos indivíduos sadios, porém
, destreinados. E ocorre a medida que o exercício
vai ficando mais intenso e as células musculares
não conseguem satisfazer aerobicamente as demandas
adicionais de energia. Esse padrão é o
mesmo para um indivíduo treinado , exceto que
o limiar para acúmulo de ácido láctico,
ocorre num percentual mais alto da capacidade aeróbica
, ou seja, mais tarde.
A
capacidade de aumentar o nível
de ácido láctico no exercício
máximo é através do aumento do
exercício anaeróbio específico
e diminui com o destreinamento.
SISTEMA
AERÓBIO
O
sistema aeróbio é um
importante estágio final para a transferência
de energia, especialmente se o exercício vigoroso
prossegue por mais alguns minutos (2-3 minutos), o
sistema aeróbio passa a ser de maior predominância.
O consumo de O2 sobe rapidamente durante os primeiros
minutos do exercício. Entre o terceiro e quarto
minutos, é alcançado um platô e
o consumo de O2 se mantém relativamente estável
pelo resto do período do exercício. O
platô da curva do consumo é chamado de
estado estável, equilíbrio. Este equilíbrio é a
estabilidade entre a energia necessária para
os músculos ativos e o rítmo de produção
de ATP através do metabolismo aeróbio.
Nessa região, as reações que consomem
O2 fornecem a energia para o exercício e qualquer ácido
láctico produzido é ou oxidado ou transformado
em glicose, no fígado ou rins.
Alguns
fatores limitantes impedem que o indivíduo corra ou se exercite indefinidamente:
são a perda de líquidos e a depleção
eletrolítica , principalmente em dias quentes.
Para
que um indivíduo prolongue
seu exercício é importante a manutenção
de reservas adequadas de combustível, em particular
, a glicose, para a fução do sistema
nervoso central e do glicogênio do fígado
e armazenados nos músculos específicos
utilizados na atividade. Assim que as reservas de glicogênio
são depletadas , a capacidade do trabalho é reduzida.
A
contribuição
dos processos Anaeróbios e aeróbios
para o rendimento energético total durante
o exercício máximo de diferentes
durações .
|
Tempo de Trabalho
|
Rendimento
Energético
em kcal - Anaeróbios
|
Rendimento
Energético
em kcal - Aeróbios
|
10 min
1 min
2 min
5 min
10 min
30 min
60 min
|
|
4
20
45
120
245
675
1.200
|
Alimentação
nos exercícios prolongados e intensos
Os
atletas que treinam para exercício
de endurance tipo corrida de longa distância,
experimentam um tipo de fadiga crônica, no qual
os dias sucessivos de treino duro se tornam extremamente
mais dfíceis. Esta "estafa"pode estar
relacionada com a depleção gradual de
reservas corporais de carboidratos, observada com o
treinamento extenuante e repetido, até mesmo
quando a dieta do atleta contém o percentual
recomendado de carboidratos. Ela ocorre quando o exercício é realizado
até o ponto em que o glicogênio no fígado
e nos músculos ativos sofre uma redução
intensa, até mesmo quando existe O2 para os
músculos e a energia proveniente da gordura
armazenada continua quase ilimitada.
Na
corrida de longas distâncias
, o combustível utilizado é o glicogênio,
que está relacionado a ingestão de carboidratos.
Alguns pesquisadores recomendam aumentar a ingestão
dietética de carboidratos para 70% das calorias
ingeridas ou mais, a fim de se evitar a depleção
de reservas corporais de glicogênio e induzir
uma preservação de proteínas com
os dias sucessivos de treinamento árduo, Mcardle,
1995. Com o treinamento mais moderado, a ingestão
pode ser reduzida para 50-60% de carboidratos.
Mesmo
que o indivíduo tenha uma
dieta rica em carboidratos, deve ingerir pelo menos
48 horas antes para restaurar os níveis musculares
de glicogênio após o exercício
prolongado e exaustivo, apesar do glicogênio
hepático ser restaurado rapidamente. Alguns
indivíduos, podem até levar mais de 5
dias para restabelecer os níveis musculares
de glicogênio , quando a dieta contém
quantidades moderadas de carboidrato. Isso certamente
proporciona uma justificativa nutricional de alguns
técnicos e treinadores reduzirem gradualmente
ou minorar a intensidade das sessões de treinamento
vários dias antes de uma competição.
No exercício intenso, o glicogênio muscular armazenado e a glicose
carreada pelo sangue constituem os principais fornecedores de energia nos primeiros
minutos do exercício, nos quais o fornecimento de O2 não satisfaz
as demandas do metabolismo aeróbio, assim como durante um exercício
de alta intensidade. Durante o estágio inicial do exercício,
a captação de glicogênio sanguíneo circulante pelos
músculos aumenta bruscamente e continua auementando à medida
que o exercício progride. Por volta do décimo quarto minuto de
exercício, a captação de glicose aumenta até entre
7 e 20 vezes a captação em repouso, dependendo da intensidade
do exercício. O aumento na contribuição percentual de
carboidratos durante o exercício intenso é explicado , pelo fato
de ser o único nutriente que fornece energia quando o oxigênio
fornecido aos músculos é insuficiente em relação às
necessidades de O2.
Uma
das funções da glicose
sanguínea é fornecer energia para o sistema
nervoso central e ativar o metabolismo das gorduras.
FONTE: Mcardle, 1996